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Professor Tito Romeu.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

SEMANA SANTA OU SEMANA DA PAIXÃO II

1. O Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal compreende os últimos três dias antes da Páscoa. No século IV, já Santo Agostinho nos fala em "Sacratissimum triduum crucifixi, sepulti, suscitati".[1] Também Santo Ambrósio faz referência ao Triduum Sacrum em que Cristo "et passus est, et quevit, et resurrexit."[2]

Estas expressões servem para nos mostrar "as etapas históricas do Mistério Pascal".[3] Os três dias são tidos como a grande preparação do cristão face à Páscoa. São vistos "como uma unidade; um verdadeiro tríduo ou trilogia, um drama único em três partes."[4]

Na idade média, estes dias eram considerados como dia de descanso. Parado o trabalho, o povo podia assim acorrer às celebrações sacras.

"O Tríduo Pascal tem um ritmo e uma unidade interna indestrutível. A sua celebração principal, e na origem a única, é a Vigília na Noite Santa. Aí se celebra todo o Mistério Pascal, o mistério da passagem da morte à vida, da terra ao céu, deste mundo para o Pai. A liturgia da Palavra desta Vigília faz memória da história da salvação desde «o princípio em que Deus criou o céu e a terra até à Ressurreição do Crucificado»[...]

A Sexta-feira e o Sábado Santo, os dois primeiros dias do Tríduo Pascal, são dias alitúrgicos, com lhes chamavam os Antigos, isto é, dias sem celebração eucarística[...] [mas] não são dias vazios, pelo facto de neles não se celebrar a Eucaristia são antes dois dias do grande silêncio, da grande paz, da profunda comunhão do espírito e do coração com o Homem-Deus, em que se manifesta a situação trágica do pecado dos homens, ao mesmo tempo que o poder e a força do amor, que leva o Pai a entregar o Filho à morte por nós, e o Filho a oferecer a sua vida ao Pai pelos seus irmãos.[...]

A Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira anterior é o momento de celebrar a instituição dos «sagrados mistérios», a Eucaristia, que o Senhor, antes de sofrer a paixão, entregou aos seus discípulos para que eles os celebrassem como memorial, sempre repetível, da sua Páscoa. Esta celebração é como que a abertura de todo o Tríduo Pascal."[5]

Assim o Tríduo Pascal tem o prelúdio em Quinta-feira Santa na Missa da Ceia do Senhor, e o seu centro na mãe de todas as vigílias, a Vígilia Pascal.

São Leão Magno, consciente da unidade do Mistério Pascal, apresenta-nos a celebração de Sexta-feira Santa até à noite da Ressurreição como "paschale sacramentum"[6]




[1] Agostinho de Hipona, Epist.,55, 24:PL33, 215.

[2] AMBRÓSIO DE MILÃO, Epist.,23, 12-13:PL16, 1030.

[3] NOCENT, A., O Tríduo Pascal e a Semana Santa em AA.VV. Anámnesis 5, Edições. Paulinas, São Paulo, 1991, p.99

[4] PARSCH, P.L'Anno Liturgico,Vol. quarto, Ed. "Vita e Pensiero", Milano, 1949-1950, p. 34

[5] TEMPO PASCAL, Secretariado Nacional de Liturgia, (SNL)Fátima, 1996, p.13-15

[6] LEÃO MAGNO, Serm., 72, 1: CCL 138A, 441.

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