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Professor Tito Romeu.

sábado, 9 de maio de 2009

Conferências episcopais da Europa estão preocupadas com o ensino religioso As escolas devem oferecer às crianças uma educação completa, que inclua o e

É um perigo limitar a educação às exigências do mercado de trabalho. Por isso, as escolas devem oferecer às crianças e jovens uma educação completa, que inclua o ensino religioso, defende o Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE). O órgão, que reúne 33 países, está preocupado com o ensino religioso. O conselho reuniu esta semana em Estrasburgo, com o Conselho da Europa, onde apresentou um estudo sobre o ensino da religião.

Jorge Paulo, coordenador do departamento de Educação Moral e Religião Católica (EMRC), que esteve em Estrasburgo, confirma que “todas as conferências episcopais estão preocupadas” com o ensino religioso.

“Há algumas forças, uma certa campanha para apagar o religioso. Uma campanha liderada por pessoas que se afirmam ateias e combatem a religião”, denuncia Peter Stilwell, perito no CCEE e responsável pelo Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa. O Pe. Peter Stilwell dá o exemplo de França, onde este ensino é marginalizado; e de Espanha e Portugal, onde é alternativo. Só em Itália o catolicismo é considerado património cultural.

Também Jorge Paulo é da opinião que “há correntes que acham que não deve haver ensino religioso na escola pública, pessoas que terão peso político”. O ensino da religião, “em Portugal, é visto como uma concessão à Igreja Católica e não como uma preocupação do Ministério da Educação”, critica Peter Stilwell. “Infelizmente, há muitos preconceitos”, lamenta.

Os sacerdotes defendem a frequência do ensino religioso para compreender o património cultural de um povo, mas também o dos outros. “Se estamos a formar para uma sociedade multicultural, é necessário conhecer os outros porque a religião pode ser factor de divisão”, alerta Stilwell.

Por isso, todos os alunos deveriam frequentar esta ou outra cadeira, de carácter obrigatório, onde tivessem formação religiosa. Não necessariamente católica, adverte Jorge Paulo.

O número de alunos de EMRC não tem crescido, cerca de 45 por cento frequenta a disciplina. O maior problema está no 1.º ciclo onde é difícil conciliar o horário e “não há vontade política para o fazer” - lamenta Jorge Paulo.

«Ensino da religião: um benefício para a Europa»

Mais de 200 participantes marcaram presença nesta discussão sobre «Ensino da religião: um benefício para a Europa», por ocasião da apresentação de um estudo sobre o ensino da religião na Europa, promovido pela CCEE e pela Conferência Episcopal italiana – CEI. O encontro foi promovido pelo CCEE, pela CEI e pela representação permanente da Santa Sé no Conselho da Europa.

D. Aldo Giordano, observador permanente da Santa Sé no Conselho da Europa sublinhou que a religião representa uma valência social e política e é determinante para a convivência das pessoas, não podendo, por isso, ser ignorada. “É uma valência cultural indispensável para a identidade e para o encontro entre as culturas”, afirmou segundo um comunicado enviado à Agência ECCLESIA. “A religião reflecte sobre a questão, sempre urgente, do sentido da vida”.

Para o secretário geral da CEI, D. Mariano Crociata, o ensino da religião nas escolas contribuiu para a “construção da nova Europa e para o desenvolvimento de uma plena cidadania europeia”.

“Esta cidadania constroi-se graças à tradição e à identidade que marcou o continente e que hoje, cada vez mais, se interliga com outras, num contexto de uma Europa em constante mutação, perante o pluralismo cultural e religioso”.

Com vista à construção de uma casa europeia, a união dos povos, afirmou o secretário geral da CEI, “não pode nascer unicamente das decisões dos governos e das necessidades dos mercados, mas baseada nos valores e ideais comuns e da partilha de objectivos”.

O Cardeal Péter Erdő, Cardeal de Budapeste e Presidente da CCEE, recordou a importância da educação religiosa, numa época em que muitos percebem a marca de uma crise não apenas económica e de valores, mas sobretudo de sentido de vida.

A partir do estudo apresentado sobre o ensino da religião nas escolas públicas, “ficou evidente que o ensino da religião é uma realidade, um direito e um serviço solicitado por milhões de famílias”, indicou o Presidente da CCEE. Famílias a quem deve ser explicado o papel de “primeiros educadores” e que devem ser livres para desempenhar o seu papel segundo as suas convicções”.

Através do ensino da religião a Igreja presta um serviço ao homem, tendo em conta os aspectos da vida, individual e social, internas e externas, emocional e político. Por isto, a Igreja considera ser “seu dever continuar a educar os jovens, fazendo o possível para lhes dar instrução de alto nível e de forma atractiva”.

“Se a dimensão religiosa não se pode separar da unidade que é a pessoa humana, também o ensino da religião deve estar presente na educação da pessoa, ou seja, nas escolas, e nos areópagos da vida moderna”, considerou, pois “o contributo da religião pode gerar uma sociedade mais humana, mais solidária e rica de esperança”.

Gabriella Battaini Dragoni, Directora geral do Departamento de educação, cultura e património, juventude e desporto no Conselho da Europa centrou-se na importância da educação como factor essencial para viver numa sociedade multicultural, num princípio de laicidade “europeia” que, no Conselho da Europa é considerada a partir de três princípios essenciais: direitos do homem, democracia pluralista e estado de direito que garante a liberdade de consciência, a não discriminação e a autonomia do Estado e da religião.

Ján Figel’, membro da Comissão Europeia e responsável pela educação, formação da juventude afirmou que o tema da educação é, em grande parte, da competência dos Estados nacionais. “O mundo da educação na Europa parece um mosaico, e por isso, uma pluralidade que deve ser respeitada e promovida, também para garantir um futuro de esperança e não de cepticismo”.

O responsável afirmou ainda que a Comissão europeia está empenhada na promoção de uma educação “de qualidade, aberta a todos e que favoreça a mobilidade”, em particular através de programas europeus como o Erasmus, Socrates e Leonardo.

A ideia de um estudo sobre o ensinamento da religião na Europa, nasceu da vontade de perceber a situação europeia e na certeza de que este ensino poderia ser “um ponto de referência importante para a formação de uma cidadania plena e consciente, e também uma oportunidade valiosa para a Igreja Católica na Europa, empenhada na educação integral da pessoa”.

Vincenzo Annicchiarico, Responsável do Serviço Nacional para o ensino da religião católica, pertencente à CEI, serviço a quem foi pedido a coordenação deste estudo, referiu ser importante “para o futuro, manter viva esta rede de pessoas nos 33 países para podermos continuar a confrontar, perceber a evolução e saber em que direcção se deve seguir para melhorar o serviço educativo dos jovens europeus”.

Com Público(in ecclesia)

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