Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã regista «progressos» no reconhecimento dos professores de EMRC
A Semana Nacional de Educação Cristã termina no próximo Domingo. Ao longo de sete dias esta iniciativa pretende dar visibilidade a uma educação com “valores e critérios” e mostrando ser um contributo “para uma humanização”. D. Tomaz Silva Nunes, Bispo auxiliar de Lisboa e Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã, explica ao programa ECCLESIA que a escola católica e outras instituições da Igreja têm como identidade própria “apresentar e promover” um projecto educativo onde a experiência da vida cristã no âmbito escolar seja uma “referência transmissora de critérios”. A escola católica tem hoje como desafio o “aprofundamento da sua identidade” num contexto onde a autonomia da escola “não é generalizada”. Bento XVI centrou a educação como uma emergência para as novas gerações no mundo de hoje. D. Tomaz Nunes acrescenta que a educação é o coração do desenvolvimento da pessoas e da sociedade. “A educação permite o desenvolvimento de um sentido crítico, de um sentido para a própria vida. Só assim uma pessoa não vive de forma acrítica, mas imprime um novo sentido para a existência”. Bento XVI assinala também, no contexto Ocidental, um “desânimo entre os educadores”. D. Tomaz Nunes indica que o desânimo resulta de muitos factores tais como a profunda transformação cultural, a fragilidade da família, a dispersão de sólidas referências para as crianças, isto no meio de “um manancial informativo que actualmente jovens, crianças e adultos têm acesso”. “Há uma proliferação de referências que torna difícil a tarefa do educador”, mas, sublinha o Bispo, “este quadro não pode conduzir a um esmorecimento ou a um cruzar de braços. Somos capazes de ser criativos e procurar soluções”. Novos programas e materiais Este é um serviço que a Igreja presta em todas as escolas, indica D. Tomaz, sem pretender confundir os espaços catequéticos com os educativos, apesar de uma persistente ambiguidade. Os programas dos ensino básico e secundário estão organizados em função de competências a desenvolver no âmbito escolar. Os programas escolares não se destinam apenas a alunos católicos. “Há pais que professam outras religiões, mas consideram que a Igreja Católica tem um conjunto de propostas de formação benéficas”, refere o Presidente da Comissão Episcopal. Livre escolha dos pais Em alguns países caminha-se para a livre escolha dos pais. A liberdade de ensino não pressupõe a “supressão da escola estatal”, indica o Bispo. A livre escolha deve resultar de um processo progressivo. Existe um ensino particular e cooperativo, confessional ou não, dispendioso e sem subsídios, e uma frequência escolar marcada pela área de residência dos alunos. “A mobilidade implica uma ultrapassagem destas fronteiras, sem prejuízo de apenas algumas crianças terem acesso a escolas de qualidade por maiores possibilidades financeiras”. O processo até chegar à livre escolha “é longo”, mas é algo que a Comissão Episcopal da Educação Cristã deseja. “Quem está por dentro das matérias educacionais é unânime quanto à necessidade de uma maior livre escolha”. O lugar de EMRC No entanto o Bispo assinala a tentativa crescente de “privatizar o religioso, enquanto questão de consciência, limitando as manifestações públicas”, correspondendo à secularização da sociedade. No final do ano lectivo transacto os professores de EMRC conseguiram ter um “reconhecimento explícito dos mesmos direitos e deveres em relação aos restantes professores”. No entanto, existem ainda ambiguidades na legislação em vigor. “Está desactualizada tendo em conta a evolução do sistema educativo”. A convergência entre a legislação e a Concordata de 2004 é um trabalho que está a ser desenvolvido pela Comissão Episcopal da Educação Cristã. “A lei ainda se refere a 1940”. fonte:agencia ecclesia |
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